SISTEMAS FFCLRP-USP

Observatório de Violência


Departamento de Psicologia

Observatório de Violência e Práticas Exemplares:

Essa pesquisa procurou investigar representações sociais de violência em escolas públicas, buscando entender os processos constitutivos da indisciplina, da agressividade e da crueldade, que acabam por manietar o processo de produção de conhecimentos e a gestão do equipamento educativo. Referenciando-se no método de análise das representações sociais, de Moscovici (1984), Jodelet (2002), Farr (1999), Spink (1993), Guareschi (1994), Arruda (2000), procurou-se a observação, escuta e análise das práticas discursivas dos sujeitos envolvidos, nesses jogos maquiavélicos de poder e saber. Enquanto procedimento realizou-se a observação participante na rotina escolar; foram aplicados questionários relativos ao tema violência, processadas entrevistas em profundidade com docentes, acionados dispositivos grupais como oficinas de criação e expressão para professores e alunos. Foram ainda orientadas 12 (doze) pesquisas de docentes de escolas públicas sobre temáticas relativas a violência e melhores condições de ensino, e implantadas 2 (duas) rádios-escola, como dispositivos de comunicação e representação coletiva. Como resultado, pode-se afirmar que se encontra em curso, no imaginário escolar, um processo de criminalização de episódios de indisciplina, decorrente da cultura do medo e do clima cotidiano, de ameaça à integridade física ou moral. A impotência no papel de ensinar e educar amplia a percepção de risco de agressão, dificultando a comunicação e disseminando a percepção do espaço público escolar como campo de embates diretos e simbólicos. A representação da violência como fenômeno exterior à dinâmica escolar desobriga o professor de seu papel preventivo e mediador. O individualismo impede: 1) a percepção coletiva da função social da escola e 2) a representação grupal da tragédia educacional vivida atualmente como possibilidade de sua superação. A inovação didática e metodológica com as oficinas de expressão e criação, com a introdução das tecnologias do virtual (Levy, 2003) e o funcionamento das rádios-escola, permitiram o resgate de uma representação moderna do equipamento educativo, do professor e do suposto saber a ser transmitido. Como conseqüência da discussão pública do projeto de pesquisa e seus resultados parciais, foi iniciada a articulação para a concretização do Observatório Regional de Violência e Práticas Exemplares, uma parceria da USP com a UFSCAR e UNESP-ARARAQUARA, visando a sincronização de um conjunto de pesquisadores e agentes sociais olhando  o mesmo fenômeno e procurando multiplicar “práticas exemplares”. (FAPESP)

Palavras-chave: Representações sociais, violência, indisciplina, criminalização, práticas exemplares.

 







O Brasil fugiu da escola

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